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domingo, 22 de agosto de 2010

Here, there and everywhere!

Olá pessoal, tudo certo? Espero que o fim de semana tenha sido agradável...

Esse post é sobre a aula do dia 20/08 na turma 2000. Falamos sobre Baruch Spinoza.

A filosofia de Spinoza causou a ele uma das maiores perseguições já enfrentadas por um filósofo: Excomungado da comunidade Judaica de Amsterdã, abandonado pela família e tentativa de homicídio foram algumas das represálias que sofreu. Polêmico, não?

Spinoza fez uma severa crítica ao cristianismo e ao judaísmo, dizendo que dogmas rígidos e rituais vazios eram a essência dessas religiões. Dizia ainda que, ao ler a Bíblia, devemos considerar a época em que foi escrita e levar em conta que nem tudo escrito ali foi inspirado por Deus. Defensor da liberdade de opinião e da tolerância religiosa, Spinoza defendia uma leitura historico-crítica da Bíblia.

Vale dizer que Spinoza ganhava a vida limpando lentes e acreditava que nesse ofício e também na filosofia, sua missão era ajudar as pessoas a enxergar as coisas sob outra perspectiva.

Essa outra perspectiva no que diz respeito à religião era o panteísmo. Isso significa crer que Deus está em tudo, não existe separado do universo. Assim, ele não criou o mundo "de fora", nem assiste nossas vidas como se fosse um telespectador de um filme. Para Spinoza e os panteístas, Deus é o universo, a mente humana, todas as coisas e ideias que existem e que se manifesta em dois atributos: pensamento e extensão. Nesse ponto Spinoza se separa do cristianismo e judaísmo.

Falamos mais sobre isso em sala, sobre como diferenciar pensamento e extensão, sobre o livre arbítrio humano (afinal, ele existe ou não?) e sobre as pressões externas que um indivíduo sofre. Vimos também como é complicado pensar em nós mesmos como parte coadjuvante de um algo maior, um todo. Somos tão vaidosos, orgulhosos e egocêntricos, julgamos ter tanta individualidade, de forma que passa a ser complicado aceitar essa ideia.

Alguns alunos questionaram - de forma muito inteligente - em sala sobre essa concepção panteísta. Se Deus está em tudo, se ele é o universo e todas as coisas, como surgiu o mundo? Para o panteísmo, o universo não tem princípio, é auto-existente e passivel de mudanças. Assim sendo, essa corrente religiosa não se debruça sobre questões que nos são muito curiosas, como a criaçao do universo e o surgimento da existência.

Há quem diga que o panteísmo não faz sentido, por que Deus não pode ser, ao mesmo tempo, causa e efeito. Que tudo isso é fruto do ego humano que, não podendo ser Deus, quer ser parte dele. Você concorda? Mas Deus não é onipresente, onipotente, onisciente? Então porque Ele não pode ser, ao mesmo tempo, causa e efeito?

Desejo a vocês uma boa reflexão, pessoal!

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