Pesquisar este blog

sábado, 13 de novembro de 2010

Kant, a razão e os sentidos.

Kant (1724 – 1804)

Acreditava que tanto os sentidos quanto a razão eram muito importantes para nossa experiência de mundo. O material para o conhecimento vem dos sentidos, mas o material se adapta as características da nossa razão.

Possuímos premissas em nossa razão que deixam marcas em nossas experiências. Um exemplo disso acontece com nossa visão quando usamos óculos de lentes vermelhas: Vemos tudo na cor vermelha.

O tempo e o espaço são “formas de sensibilidade”. Essas duas formas já existem em nossa consciência antes de qualquer experiência. O tempo e o espaço não existem fora de nós mesmos. Pertencem à condição humana. São atributos de nossa consciência.

A consciência humana não é algo passivo, que só registra as coisas de fora. Ela é criativa, formadora de opinião: coloca sua marca em tudo que percebemos no mundo. Assim, quando sopramos um balão, nosso oxigênio se adapta ao formato do balão. Da mesma forma nossas impressões e experiências se adaptam a nossa consciência.

Leis de causa e efeito são leis de racionalidade humana: Se um gato está no quarto e uma bola rola, ele corre para pegar. Se um homem está no quarto e uma bola rola, ele olha pra saber qual foi a causa do efeito que fez a bola rolar. Então, não podemos saber como o mundo é em si. Só posso saber como o mundo é para mim. Isso porque o mundo é a bola de papel, e nós estamos dentro dele. Então não posso saber de onde veio tudo, só posso saber daquilo que vivencio.

Kant divide o conhecimento em duas etapas:

Material do conhecimento: condições exteriores, sobre as quais nada podemos saber antes de as termos percebido.

Forma de conhecimento: condições intrínsecas ao próprio homem. Ninguem nos ensina a respirar ou a sorrir, já nascemos com esse conhecimento adquirido.

Existem limites bem claros sobre o que o homem pode saber. Jamais poderemos chegar a um conhecimento seguro sobre algumas coisas (vida após a morte, Deus, alma imortal, universo infinito).

Nessas questões, a razão opera fora dos limites de compreensão humana. Quando fazemos perguntas como essas, a consciência fica parada, pois não tem experiências para processar. É como se ficasse sem combustível. Só que fazer essas perguntas sempre será característica da razão humana. Somos parte da bola rolando e queremos saber de onde viemos.

Esse vácuo pode ser preenchido pela fé religiosa. Premissas como alma imortal, Deus e livre arbítrio são importantes para a moral humana. São postulados práticos. (Postular é afirmar algo que não se pode provar).

Nenhum comentário: